Caso aprovado pela SEC, o novo ETF da maior gestora do mundo pode aumentar a demanda por bitcoin e impulsionar seu preço.
*ARTIGO
Na última quinta-feira (15), a BlackRock, a maior gestora de ativos do mundo com seus mais de US$ 10 trilhões sob gestão, anunciou sua intenção de lançar um ETF de bitcoin (BTC) nos Estados Unidos.
“As cotas foram projetadas para remover os obstáculos representados pelas complexidades e encargos operacionais envolvidos em um investimento direto em bitcoin”, diz o pedido de registro.
Até o momento, a Securities and Exchange Commission (SEC) não aprovou nenhum ETF de BTC ‘spot’ como pretende ser o da BlackRock, mas já aprovou alguns ETFs de futuros de bitcoin. Caso aprovado, ele deve ser negociado na Nasdaq, e esse seria o primeiro ETF da criptomoeda à vista no país.
Apesar de todas as polêmicas recentes envolvendo os processos da SEC contra a Coinbase, a exchange atuaria como custodiante do ETF.
Mas vale uma curiosidade: além de ser a maior administradora de ativos global, a BlackRock possui um histórico impressionante de aprovações de ETFs pela SEC. Para se ter uma ideia, ela teve 575 aprovações até o momento, registrou apenas um pedido negado em 2014.
É por essas e por outras que, ainda que seja apenas uma tentativa, a postura da gestora mostra o crescente interesse das grandes instituições tradicionais em participar do criptomercado.
Esta notícia evidencia que o bitcoin está sendo cada vez mais aceito no universo dos investimentos, e não é surpresa que tenha causado um grande impacto no mercado e gerado debates sobre a relevância desse movimento.
Um novo capítulo na história dos ETFs
Os ETFs oferecem exposição indireta a ativos específicos, facilitando a aplicação em investimentos que ainda são complexos, como as criptomoedas. Por isso, um dos principais benefícios de um ETF de BTC é a acessibilidade que ele oferece aos investidores institucionais.
Isso porque muitos desses investidores têm evitado entrar no mercado de criptomoedas devido a preocupações regulatórias e à falta de infraestrutura necessária para lidar diretamente com os ativos.
Então, caso a SEC aprove o novo ETF da BlackRock, esses players teriam uma maneira regulada e conveniente de obter exposição ao BTC —, ainda contando com a qualidade de gerenciamento da maior gestora do mundo, mesmo que seja um ETF spot.
Potencial impacto no criptomercado
A entrada de uma empresa tão influente e respeitada tem potencial de aumentar a confiança dos investidores e atrair mais capital para o setor. E mais: além de abrir novas oportunidades de investimento, a entrada de grandes instituições como a BlackRock traz credibilidade e confiança ao mercado de criptomoedas.
Ademais, à medida que mais investidores institucionais adquirem exposição ao BTC por meio do ETF, a oferta e demanda poderiam se equilibrar de forma favorável à cotação da criptomoeda. Isso se deve ao fato de que o lançamento de um ETF de bitcoin no mercado pode ocasionar um acréscimo na procura pelo criptoativo, potencialmente impulsionando seu preço.
Por consequência a todas essas possibilidades, é provável que exista um aumento na liquidez e no volume de negociação tanto no curto quanto no longo prazo.
Tentam, mas não param a ascensão
O anúncio da BlackRock reflete uma mudança significativa na percepção das criptomoedas pela indústria tradicional. A entrada de uma empresa de renome como ela pode ajudar a dissipar a desconfiança e o estigma em torno dos ativos digitais em geral – e não só do bitcoin.
Sendo a favor ou contra de se expor ao bitcoin — um ativo essencialmente descentralizado —, por um meio centralizado, o fato é que estamos testemunhando uma revolução na indústria financeira.
Inegavelmente, a confiança na tecnologia blockchain está em forte ascensão. Essa é mais uma prova concreta da evolução do mercado de criptomoedas e da mudança de paradigmas que o bitcoin está causando.
Mayara é co-autora do livro “Trends – Mkt na Era Digital”, publicado pela editora Gente. Multidisciplinar, apaixonada por tecnologia, inovação, negócios e comportamento humano. |
*As informações, análises e opiniões contidas neste artigo são de inteira responsabilidade do autor e não do InvestNews.
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