Fernández trocou dois ministros da Economia. No mesmo período, o dólar paralelo oscilou de 239 a 316 pesos
Em um supermercado da Avenida Corrientes, no centro de Buenos Aires, uma garrafa de água de 1,5 litro custa 119 pesos (R$ 2,38). O adesivo avisa que o preço está congelado e o produto está esgotado. Terça-feira, 26 de julho. A água está de volta na mesma prateleira do supermercado, mas a garrafa agora custa 125 pesos, um aumento de quase 5%.
O processo se para outros produtos, como óleo de repete e biscoitos, que também subiram de preço durante a semana, refletindo a gravidade do caos econômico vivido sob o governo do peronista argentino Alberto Fernández.
Desde o início de julho, Fernándezu dois ministros da Fazenda - Martín Guzmán, que foi substituído por Silvina Batakis, seguido de menos de um mês depois pelo atual titular do cargo, Sergio Massa. Enquanto isso, o dólar paralelo flutuou entre 239 pesos e 316 pesos na sexta-feira, com a cotação em 295 e o governo alterando as já complicadas regras cambiais pelo menos uma vez.
O processo afeta outros produtos, como óleo e biscoitos, que também subiram por uma semana, refletindo a gravidade do caos econômico vivido sob o governo do peronista argentino Alberto Fernández.
Desde o início de julho Fernández dois ministros da Fazenda - Martín Guzmán, que foi substituído por Silvina Batak, seguido menos de um mês depois pelo atual titular, Sergio Massa. Enquanto isso, a taxa de câmbio paralela ao dólar oscilou entre 239 pesos e 316 pesos na sexta-feira alterada, e o governo já complicou regras pelo menos uma vez.
DÉFICIT
Só em junho, os preços subiram 5,3%. Nos últimos 12 meses, a alta chegou a 64%. Para este ano, analistas preveem uma inflação de 90% após a crise e quem já vê uma hiperinflação caso a crise acelere.
O principal motivo desse descontrole, diz o economista Camilo Tiscornia, da Pontifícia Universidade Católica da Argentina, é o crescente déficit fiscal do país. O governo gasta muito mais do que arrecada. Parte dos gastos vai para subsidiar serviços sociais e públicos e para programas financeiros. Como esses recursos não existem no erário federal, a Argentina apela à impressão indiscriminada de dinheiro para cumprir seu compromisso com uma base de apoio pessoal.
Em junho, o déficit fiscal aumentou 691% em relação ao mesmo mês do ano passado, segundo o Indec, resultado que impulsiona a alta dos preços e mostra o nível de descontrole do poder público do país.
"Historicamente, a Argentina tem um problema de déficit fiscal. E se há déficit, tem que ser. Como o governo não encontra crédito, emite dinheiro e a inflação está aumentando hoje", resume Tiscornia.
Outro problema é a falta de moeda forte. As reservas internacionais estão estimadas em US$ 32 bilhões. Foram US$ 44,9 bilhões quando Fernández e sua vice, Cristina Kirchner, assumiram o poder em 2019.
A queda fez com que, em julho, o governo restringisse ainda mais o acesso dos importadores ao dólar - que lembrou, como a medida monetária, adotada na Venezuela bolivariana por Nicolás Maduro em 2013. "Como o governo precisa garantir com isso, eles não conseguem comprar insumos para produzir o volume de bens necessário para atender a demanda de preços finais de produtos finais crescentes", explica o economista.
Um dos setores mais ajustados pela restrição cambial. Mario Aguilar é um produtor de proteína de carne suína e bovina da Província de Córdoba, no centro da Argentina. Ele relata que as dificuldades se produziram após a adoção das novas atualizações.
Vivemos muito diante da valorização do peso. Vivemos nossos dias sem dinheiro para comprar, desde máquinas até um dia importante para as coisas, como material para os animais no inverno”, diz Aguilar.
Ainda de acordo com o produtor, os impostos cobrados pelo governo, que repassa a conta dos gastos para empresas e cidadãos, representam um grave problema para o setor. Por isso, pediu menos impostos e corte nos gastos públicos, além de uma nova lei trabalhista, para aumentar a competitividade dos produtos argentinos. "Estamos sufocados", resumo.
CONFRONTO
O ambiente desfavorável aos negócios, agravado pela moeda fiduciária, faz com que muitos produtores prefiram grãos em vez de suas vendas, já que sua produção não é calculada, ao contrário da Argentina. São os produtores de David Hughes, conselheiro de agricultores e ele próprio dono de uma fazenda de milho e soja. "Prefiro manter minha safra, pois no ano que vem pode valer mais, do que vendê-la e guardar pesos que logo não valerão mais."
As apreensões pelo Agronegócio segundo a política de Hughes e nos próximos anos por todos os governos do agronegócio, que já perduram segundo pelo menos 15 argentinos, e impedem a modernização dos setores do agronegócio. "Não há incentivo para investir. Requer estabilidade de ativos e mudanças muito importantes. Por isso, perdemos o equilíbrio no mercado mundial", diz Fernando Villella, da Universidade de Buenos Aires.
Ele cita como exemplo da falta de produtividade a perda de destaque da famosa carne bovina argentina, cuja produção, segundo ele, está consolidada há décadas. "O Brasil deixou de ser um importador de frigoríficos argentinos aqui. Isso aconteceu porque cuidamos da empresa não local. Há uma falta de compreensão da complexidade do setor por parte do governo", disse.
ELEIÇÕES
O projeto começou a surgir no passado, mas o peronismo perdeu sua maioria quando tinha no Senado e sua vantagem na Câmara para apenas duas cadeiras. O processo pode terminar, segundo as pesquisas, com uma derrota na eleição de 2023, na qual Fernández pretende concorrer à reeleição.
Na tentativa de reverter a situação, Cristina tentou cativar seu eleitorado mais fiel, principalmente a classe média baixa dos arredores da Grande Buenos Aires. Para isso, serão envidados esforços para minar o presidente e Guzmán, então ministro da Economia, responsável pelo setor produtivo e defender a maior parte dos recursos públicos, a fim de garantir recursos para a concessão de programas sociais e o custo adicional de programas, mesmo que na medida de mais gastos.
Embora as primeiras pesquisas apontem para a derrota da esquerda, o cenário eleitoral vai depender de quem vai unificar a oposição e a oposição, hoje também um cenário de força. A coalizão de Macri tem três nomes fortes: o prefeito de Buenos Aires Horacio Larreta, a ex-ministra do Interior Patricia Bullrich e o líder da União Cívica Radical Gerardo Morales, governador da província de Jujuy, noroeste do país.
O próprio Macri, que descarta forte oposição em seu governo e falhou em sua tentativa de consertar a economia, não está concorrendo. Um obstáculo para isso, no entanto, é uma alta opção com o nome dele junto ao fenômeno que se repete, em maior escala, Cristina.
Embora a política tradicional ainda domine a cena, muitos dizem que estão desiludidos com os rumores do país. Vanesa Miglio, diretora de TI de uma empresa de Buenos Aires, rejeita nomes ligados à "velha política" à esquerda e à direita. "Temos uma geração de políticos que não sabe o que é pagar um salário ou ter um negócio. Sempre viveram às custas do Estado", diz.
LIBERALISMO
Seu 2023 é Javier Milei, que defende um liberalismo radical para que não seja um assento na Câmara dos Deputados no passado. Provocou polêmicas polêmicas, como a divulgação da venda de órgãos e a extinção do Banco Central, e atrai a classe média de Buenos Aires. Na análise ouvida pelo Estadão, porém, ele deve ter poucos votos fora da capital, embora possa ter alguma influência em um eventual governo de direita.
Para apoair esse projeto e outros com cunho Cristões e de direita pelo Brasil e outros países.
PIX: mundodedireita@gmail.com - ainda não esta ativo
Pix: mumdotop1@gmail.com - Ativo
Chave BNB: 0xc0c8F90ED259BEfAf4776741eA6932e8CF8dEB77
Origem da matéria. Velha Mídia: Estadão
MONEY BRAZL IO